Quando os sonhos decolam do travesseiro e viram pensamentos, palavras, ações, páginas escritas, viramos eternos. E o menino, que nasceu na capital de Minas Gerais e cresceu no interior, na cidade das Águas Minerais, Cambuquira, sonhava alto, mas não imaginava que a sua prática viraria história.

Quando se vem de uma família de médicos, pai, tio, e avô materno, há uma pressão para que os passos sejam seguidos. Mesmo que esse ambiente seja contaminado pelo pensamento que “médico não tem vida”.

Mas não tem jeito, o que tem que ser, acontece. E mesmo cursando direito, o rumo da vida me levou para “o outro lado da força”, e por sugestão de um grande amigo, fiz 1 prova de vestibular, e passei no curso de medicina, na Unifenas, unidade Belo Horizonte.

Foram longos 6 anos que passaram como o bater de asas de um beija flor. Foi tão rápido que, ao terminar o curso, não tinha convicção sobre qual residência médica fazer. Foram 4 anos conhecendo serviços, visitando amigos e colegas, indo em hospitais, para ver a prática médica. Até que abri meus olhos e enxerguei o que gostaria de fazer todos os dias como médico…

Iniciei a residência médica de oftalmologia, na consagrada Fundação Hilton Rocha, em Belo Horizonte. Foram 3 anos de muito estudo, trabalho e capacitação. E após os 3 anos, decidi me subespecializar em glaucoma. Foram mais 2 anos. Totalizando 5 de oftalmologia e 6 de medicina geral.

Olhando para trás já se foram 15 anos desde o primeiro dia de aula do curso médico. Foram muitas cidades em que trabalhei, posto de saúde, UPA, sala vermelha, hospitais, policlínicas, clínicas, consultórios. Tive a sorte de conhecer  colegas, médicos,  professores, colaboradores, que serviram como bons e maus exemplos. Sem contar os inúmeros pacientes que me possibilitaram ser o médico que tento ser hoje.